terça-feira, 27 de setembro de 2011

E uma terça também...

Sabem de uma coisa? Esse mundo às vezes me enoja.
Mas às vezes eu me sinto tão parte dele quanto qualquer outro.
Já tiveram a experiência de andar pelas ruas sem notar o chão, como fazemos todo dia?
Já pararam para olhar em volta? Nos carros?
As pessoas brigando entre si em altos volumes simplesmente por estarem no carro - e, por estarem no carro, elas acham que ninguém ouve.
Vocês já viram aquele cara que pede dinheiro no sinal numa muleta ir andando numa boa depois?
Já ouviram um aleatório tocando a 9ª de Beethoven no violino na calçada?(Eu já, em São Paulo, e até dei um trocado para ele.)
Conseguiram enxergar uma família vivendo debaixo de um outdoor?
Um mendigo chorando?
Eu também não.
A maior parte dessas coisas eu nunca fiz.
Talvez eu estivesse esperando uma epifania sociológica, um súbito emergir de ideias! Ou talvez eu estivesse vivendo na mesma realidade cinza que nós todos temos o prazer de chamar de "mundo".
"Mundo", não "Terra".
Mas será que vale a pena mudar? Por tanta dor e desesperança?
Não me leve a mal: não sou um daqueles moralistas idiotas que acham que o problema é o capitalismo e os Estados Unidos malvados da América.
Sou só um realista.
E que se importa com o que realistas pensam, quando há tantas mentiras das quais não conseguimos nos livrar por aí?
"A vida importa", "uma pequena ação muda tudo", "somos todos iguais", "somos todos capazes", "somos todos felizes", "somos todos irmãos".
Quem se importa?

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