segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O post-it amarelo

Essa é uma história que eu li há muito tempo.
Ela não é de obra minha, mas eu vou tentar colocar detalhes que a melhorem e a promovam de "historinha de terror que se lê em e-mails" a um conto relativamente decente - pelo menos eu acho que posso.
Aproveitem.
(O título é meu, não lembro o original.)

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"Não vai mesmo para a festa?", pergunta Adriana.
A colega de quarto suspira sem dizer muita coisa. Ana olha para um lado, olha para outro.
Não tem nada ali interessante, mas tampouco havia na festa, para ela.
"Vou ficar por aqui mesmo", diz, "tenho pilhas de trabalho para fazer". Ela diz isso com uma certa incerteza no semblante, como se nem ela acreditasse naquilo.
Adriana não sabia qual era o problema dela, mas estava tudo bem: conversariam pela manhã.
Por ora, ela só queria ir para a festa.

A festa tinha sido muito boa.
Adriana estava bêbada, e completamente perdida na noite.
Ela certamente não notava, mas estava descalça - os saltos dela ainda deviam estar sob o balcão do bar na boate.
E ela nem ligava.
Despediu-se dos amigos, e disse que podia muito bem chegar ao seu destino em paz.
Pois bem, ela começou a andar, pouco a pouco desejando mais a sua cama, mas sempre em frente, com uma marcação no mapa da sua cabeça onde ficava o dormitório das mulheres, e nele a porta atrás de qual estaria sua querida e amada cama - daria tudo no mundo para chegar lá.

Ao chegar no quarto, bateu à porta mas não teve resposta.
Decidiu então bater mais forte (estava sem as chaves), mas então descobriu que a porta não estava trancada, e entrou devagar no quarto escuro.
Ela estendeu a mão ao interruptor, mas pensou duas vezes.
Ela deve ter ido dormir, melhor não acender a luz.
Adriana então chapinhou pelo quarto em busca de sua cama.
Quando a achou, caiu nela sem reservas e dormiu um sono sem sonhos.

Ela acordou com dor de cabeça, e aquele gosto indistinto e seco de ressaca, mas decidiu se levantar.
Foi quando ela olhou a cama de Ana.
Na cama, Ana jazia numa poça sangrenta, com várias marcas de faca por todo o corpo.
Ela senta desconsertada e começa a gritar de medo.
É quando ela percebe um post-it amarelo na testa ensanguentada da amiga morta.
"Não está feliz por não ter acendido a luz?"

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